Este trabalho tem por objetivo trazer uma reflexão acerca da experiência damaternidade exercida com mais de um bebê ao mesmo tempo, ou seja, nos casos gemelares.Fundamentados na teoria winnicottiana, buscaremos compreender como o estado depreocupação materna primária é vivenciado pelas mães de gêmeos, tendo em vista aspeculiaridades do processo de subjetivação desses bebês. Se o fato de ser possível para a mãeresponder às necessidades iniciais das crianças através da construção de um olharsingularizado para cada filho, evitando-se, assim, o risco de (...) tomá-los em seu psiquismo deforma indiferenciada, configura-se um espaço propício à subjetivação. Trata-se de um espaçointersubjetivo que se configura a partir de um estado de abertura à afetação pelo outro, o que oconceito de experiência de Walter Benjamin aborda com maestria. (shrink)

Cette recherche a été constituée par une étude de cas. Une observation des bébés a été réalisée en utilisant la Méthode Esther Bick, où une mère qui avait conçu une grossesse multiple de trois enfants par Procréation Médicalement Assisté a été accompagnée. Cette étude vise démontrer comme l’observatrice pouvait se prêter aux projections, en accueillant des angoisses de la mère et d'autres personnes qui se trouvaient dans cet environnement. Il montre notamment la possibilité d'agir de manière préventive a travers de (...) cette méthode, car la présence de l’observateur éveille les processus d'auto- réflexion, au même temps que leur rends une continence. En considérant ces points, cet article donc démontre comment, dans ce cas, s’a présenté une forme de transmission psychique fragmentée, où chacun des triplés est la cible de projections et d’identifications familiales différentes. (shrink)

An efficient assessment of reading and linguistic abilities in school children requires reliable and valid measures. Moreover, measures which include specific test forms for different academic grade levels, that are vertically equated, allow the direct comparison of results across multiple time points and avoid floor and ceiling effects. Two studies were conducted to achieve these goals. The purpose of the first study was to develop tests of reading and listening comprehension in European Portuguese, with vertically scaled test forms for students (...) in the fifth and sixth grades, using Rasch model analyses. The purpose of the second study was to collect evidence for the validity of these tests based on the relationships of test scores with other variables. The samples included 454 and 179 students for the first and second study, respectively. The data from both studies provided evidence for good psychometric characteristics for the test forms: unidimensionality and local independence, as well as adequate reliability and evidence of validity. The developed test forms are an important contribution in the Portuguese educational context as they allow for the assessment of students’ performance in these skills across multiple time points and can be used both in research and practice. (shrink)

São escassas as investigações sobre problemas internalizantes em adultos brasileiros. Estudos epidemiológicos apontam que ansiedade e depressão são mais comuns em mulheres. Este estudo apresenta uma investigação com 240 adultos de diferentes municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista, com uso do Adult Self Report. Dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial, considerando a variável sexo. Não foram encontradas diferenças significativas entre homens e mulheres da amostra em termos de problemas internalizantes, ansiedade/depressão, retraimento e queixas somáticas. Resultados são discutidos (...) à luz de dados epidemiológicos sobre transtornos mentais em outros recortes populacionais brasileiros. Ficam sugeridos novos estudos com ampliação de amostra. (shrink)

Este texto contém um recorte da pesquisa de mestrado do primeiro autor, sob a orientação da segunda. Nele, temos como objetivo apresentar e analisar as formas com que a ideologia da certeza se manifesta em livros didáticos de Matemática brasileiros, em particular, nos capítulos de Geometria. Apesar de ser uma discussão antiga no campo da Educação Matemática, a ideologia da certeza se caracteriza, principalmente, pela compreensão do discurso matemático como puro, generalizador e rico em aplicações, o que vemos como uma (...) discussão ainda atual. Escolhemos analisar a Geometria presente nos livros didáticos por se tratar de um tema de interesse do nosso grupo de pesquisa, e ainda porque na revisão de literatura empregada na pesquisa de mestrado, nenhuma investigação semelhante a essa foi encontrada. Partindo de uma análise documental, investigamos os capítulos de Geometria de duas coleções de livros didáticos destinados ao Ensino Médio brasileiro, buscando estudar todo o seu conteúdo. Nesses livros há tanto o conteúdo destinado aos estudantes, com os conceitos, os exemplos, os exercícios, entre outros, quanto as orientações didáticas para os professores, que abarcam aspectos sobre a utilização do material, textos informativos, respostas dos exercícios etc. Ao interpretar os dados, identificamos que a ideologia da certeza se manifesta nos capítulos escolhidos por meio da estrutura elaborada por seus autores, em que a partir da exposição de um conceito geométrico, exemplos de aplicação são inseridos, sendo seguidos por exercícios. Esse padrão ‘conceito, exemplo e exercício’, em nossa visão, encontra respaldo na construção do próprio conhecimento geométrico. Também identificamos que a partir de contradições entre o que se espera do estudante e o que é apresentado ao professor, o desenvolvimento do discurso dado pela ideologia da certeza é ainda mais reforçado. Entendemos que questionar e enfraquecer a ideologia da certeza torna-se um desafio que não fica limitado ao exposto pelos livros didáticos, mas deve fazer parte da agenda política, social e cultural da Educação Matemática. Desse modo, críticas e reflexões para com o conhecimento matemático discutido em sala de aula carecem de considerar de que maneiras a ideologia da certeza se manifesta e de que formas ela pode ser enfrentada. (shrink)

Resenha crítica da obra Arte e Cosmotécnica (2021) do filósofo chinês Yuk Hui.

A constituição de um esquema organizativo que permita, ao mesmo tempo, respeitar a hierarquia teórica de saberes e a arrumação prática dos livros que os contêm tem sido, ao longo de séculos, uma das questões mais importantes da história das bibliotecas. Por um lado, a teoria classificativa sobretudo a partir do século XVIII, apresenta estruturas elaboradas para as grandes classes do Saber em que sobressai o princípio da hierarquia que ordena as diferentes áreas do conhecimento, da mais geral para a (...) mais particular. Por outro lado, o espaço disponível para a arrumação dos livros condiciona a correta ordenação ora porque é limitado e não permite o crescimento da coleção, ora porque o número de obras em cada classe ou subclasse é variável, ora porque os formatos dos livros nem sempre se ajustam entre si, obrigando a soluções de arrumação que alteram o natural encontro entre a matéria e o livro que se procura. Ao ser chamado a desempenhar as funções de bibliotecário mor da Real Biblioteca Pública da Corte (RBPC), António Ribeiro dos Santos estava absolutamente ciente destas grandes questões. Conhecia os sistemas classificativos que se divulgaram pela Europa, sobretudo através das múltiplas edições de manuais destinados à boa formação de uma biblioteca. Conhecia os esquemas das grandes bibliotecas “enciclopédicas” em que o colecionador, individual ou coletivo, procurava criar e ampliar uma coleção tão completa quanto possível dos mais importantes testemunhos escritos (e não só…) ao longo dos tempos e tinha, para além de sólida formação intelectual, também a experiência de bibliófilo e de bibliotecário da Universidade de Coimbra. Tendo em conta que a RBPC contava com um acervo apreciável de livros, ou seja, não foi constituída de raiz, a missão de António Ribeiro dos Santos no que à arrumação dos saberes diz respeito, consistiu na criação de um corpus bibliográfico, o mais coeso possível, distribuído metodicamente pelo conjunto das salas de que dispunha nas instalações do Terreiro do Paço. A aquisição de novas espécies e a receção de doações acompanhou a arrumação das obras já existentes e exigiu a elaboração de um esquema teórico e prático onde sobressai uma visão estratégica para o acervo da RBPC que a colocava, abertamente, entre os mais modernos estabelecimentos literários da época. O objetivo deste artigo consiste em apresentar a proposta de Ribeiro dos Santos para classificar e arrumar os saberes da Biblioteca, contextualizando-a nos modelos que então se utilizavam na Europa, mas acompanhando nas matérias expostas, a perceção da orientação “enciclopédica” que pretendia para a grande biblioteca pública que, então, nascia. (shrink)

O presente trabalho se propõe a analisar a apropriação feita por Carl Schmitt do conceito de guerra elaborado por Rousseau no Contrato social. Está em jogo explicitar o que cada um desses autores tem em mente quando se refere à guerra como relação de Estado a Estado, elucidando, assim, como eles compreendem as implicações mútuas entre soberania e território. Para tanto, será preciso esclarecer os pressupostos que orientam a leitura sui generis que o jurista alemão faz da teoria rousseauniana (...) da guerra. (shrink)

A pensadora política Chantal Mouffe desenvolve sua teoria afirmando o antagonismo e o conflito como categorias centrais e essenciais do político, enfatizando deste modo a importância do dissenso como elemento fundamental da democracia. Mouffe nos direciona em suas obras à reflexão do que seria um modelo agonístico de democracia radical, onde o pluralismo político, a cidadania e o dissenso estabelecem os elementos essenciais para a constituição dessa sociedade. Os pensamentos de Chantal Mouffe se apoiam em sua leitura de Carl (...) class='Hi'>Schmitt, desenvolvendo a partir deste uma crítica ao individualismo liberal e a uma perspectiva racionalista do político, para então enfatizar o caráter "agonístico" da disputa política e enunciar as razões pelas quais o consenso não pode ser o fim último de uma política democrática. (shrink)

O artigo apresenta uma reflexão sobre a guerra a partir de Carl Schmitt e Hannah Arendt. Para tanto, realiza-se um recorte na obra de cada autor. De Carl Schmitt, discute-se o livro O conceito do político (2009) que contém ainda A teoria do Partisan. De Hannah Arendt, restringe-se a Sobre a violência (2001), A promessa da política (2020), e alguns ensaios contidos em Entre o passado e o futuro (2009). Neste sentido, Carl Schmitt permite discutir o papel (...) da inimizade para a decisão acerca da guerra e como essa situação-limite, ao mesmo tempo, constitui e afeta a dimensão do político. Já Hannah Arendt permite delinear certos traços constitutivos das guerras modernas que escapam à preocupação central Schmittiana, sobretudo o perigo intrínseco da inimizade produzir não a intensificação do político, mas a eliminação da vida humana sobre à Terra. Trata-se, enfim, de pensar o efeito do avanço tecnológico no campo dos assuntos humanos e como essa tópica transforma o estatuto da guerra. (shrink)

Atas do III Colóquio Internacional de Metafísica. [ISBN 978-85-7273-730-2]. Sumário: 1. Prazer, desejo e amor-paixão no texto de Lucrécio, por Antonio Júlio Garcia Freire; 2. Anaximandro: física, metafísica e direito, por Celso Martins Azar Filho; 3. Carta a Guimarães Rosa, por Cícero Cunha Bezerra; 4. Ante ens, non ens: La primacía de La negación em El neoplatonismo medievel, por Claudia D’Amico; 5. Metafísica e neoplatonismo, por David G. Santos; 6. Movimento e tempo no pensamento de Epicuro, por Everton da Silva (...) Rocha; 7. Críticas e elogios de Nietzche a Sócrates, por Fernanda Bulhões; 8. Sobre a Metafísica ou a respeito do jejum, por Gilvan Fogel; 9. A origem estética da ontologia hermenêutica de Luigi Pareyson, por Íris Fátima da Silva; 10. A Natureza da filosofia de Hume, por Jaimir Conte; 11. Logique ET métaphysique, por Jean-Baptiste Jainet; 12. Blaise Pascal: da recusa da metafísica da raison à metafísica do « estudo do homem », por João Emiliano Fotaleza de Aquino; 13. O niilismo no prólogo de Assim Falou Zaratustra. Por José Elielton de Sousa; 14. Presencia;Ausência: de Plotino a Procolo, por José Maria Zamora; 15. A natureza do Eros platônico, por Jovelina Maria Ramos de Souza; 16. Breve comentário acerca da origem da Gelassenheit de Heidegger a partir da mística de mestre Eckkart, por Luiz Fernando Fontes-Teixeira; 17. Humanismo e domesticação em Regras para o parque humano, por Luiz Roberto Alves dos Santos; 18. Contra a teoria de dois mundos na filosofia de Platão (República V 476e-478e), por Marcelo Pimenta Marques; 19. Sensações, impressões, projeções: as afecções do pensamento, por Markus Figueira da Silva; 20. Contribuições à história de uma metáfora: Heidegger e Nicolau de Cusa, por Oscar Federico Bauchwitz; 21. Uma impossibilidade ontológica em Schopenhauer, por Paulo César Oliveira Vasconcelos; 22. Ser e fenômeno: a Fenomenologia como teoria estética da ciência, por Pedro Paulo Coroa; 23. Para que serve a Metafísica de Aristóteles? O exemplo do movimento animal, por Pierre-marie Morel; 24. Contribuições para uma ontologia digital, por Rafael Capurro; 25. O que é o fim da metafísica, por Rodrigo Ribeiro Alves Neto; 26. A Physis na conformação do logos: linguagem e pensamento no corpus epicúreo, por Rodrigo Vidal do Nascimento; 27. O acontecimento de mundo na era da informação, por Soraya Guimarães da Silva; 28. Apofaticismo e abstração em Mark Rothko, por Vanessa Alves de Lacerda Santos. -/- . (shrink)

A popular principle about grounding, “Internality”, says that if A grounds B, then necessarily, if A and B obtain, then A grounds B. I argue that Internality is false. Its falsity reveals a distinctive, new kind of explanation, which I call “ennobling”. Its falsity also entails that every previously proposed theory of what grounds grounding facts is false. I construct a new theory of what grounds grounding: the ennobling theory.

According to orthodoxy, the most fundamental kind of causation involves one event causing another event. I argue against this event‐causal view. Instead, the most fundamental kind of causation is thing causation, which involves a thing causing a thing to do something. Event causation is reducible to thing causation, but thing causation is not reducible to event causation, because event causation cannot accommodate cases of fine‐grained causation. I defend my view from objections, including C. D. Broad's influential “timing” argument, and I (...) conclude with implications for agent‐causal theories of free will. (shrink)

We argue that supererogation cannot be understood just in terms of reasons for action. In addition to reasons, a theory of supererogation must include prerogatives, which can make an action permissible without counting in favor of doing it.

Why do we so often care about the outcomes of games when nothing is at stake? There is a paradox here, much like the paradox of fiction, which concerns why we care about the fates and threats of merely fictional beings. I argue that the paradox threatens to overturn a great deal of what philosophers have thought about caring, severing its connection to value and undermining its moral weight. I defend a solution to the paradox that draws on Kendall Walton's (...) solution to the paradox of fiction, developing his idea that it be extended to games. The solution takes games to involve make‐believe: in particular, players and spectators make‐believe that the outcome of the game matters. I also explore how the phenomenon extends beyond games. And I explore some moral implications: in particular, my view preserves the idea that we have reason not to impede others in their pursuit of what they care about. (shrink)

Socializing Metaphysics supplies diverse answers to the basic questions of social metaphysics, from a broad array of voices. It will interest all philosophers and social scientists concerned with mind, action, or the foundations of social theory.

Theories of epistemically justified belief have long assumed individualism. In its extreme, or Lockean, form individualism rules out justified belief on testimony by insisting that a subject is justified in believing a proposition only if he or she possesses first-hand justification for it. The skeptical consequences of extreme individualism have led many to adopt a milder version, attributable to Hume, on which a subject is justified in believing a proposition only if he or she is justified in believing that there (...) is testimony in favor of the proposition deriving from a reliable source. I argue that this Humean individualism also leads to skepticism in a wide range of cases; it makes it impossible for a layperson to be justified on expert testimony. In addition, I argue that the apparent motivation for the Humean view, an insistence on intellectual autonomy in justification, does not succeed in motivating it. I then explore the contours of a collectivist view of justification on testimony, with special attention to the place of a subject's intellectual autonomy in such justification. I try to bring empirical results of the psychology of persuasion to bear on the epistemological issues. (shrink)

Even the thinking of professional revolutionaries progresses, as evidenced today in legal revolution. According to the German constitutional jurist, Rudolf Smend, who died in 1975, the German people suffer from a “touching need for legality.” Smend came to this conclusion not only as historian of the Supreme Court of the German Reich, but also as observer of the positivistic normativism of his own time. Recently an old and experienced Spanish revolutionary, Santiago Carrillo, put forward the same notion in a book (...) about Eurocommunism and the State. Akhough his “touching need for legality” is politically of a different nature, Carrillo is expressly convinced that die more violent mediods of Lenin's and Trotsky's illegal revolution of October 1917 are now antiquated, mat they were only justifiable in the instance of an agrarian (peasant) society breaking dirough to a modern (industrial) society. (shrink)

In a recent series of papers, Matthias Steup has defended doxastic voluntarism against longstanding objections. Many of his arguments center on the following conditional: if we accept a compatibilist notion of voluntary control, then, in most instances, belief-formation is voluntary and doxastic voluntarism the correct view. Steup defends two versions of this conditional. The first is universal, moving from compatibilism considered generally to doxastic voluntarism: if compatibilism is true, then doxastic voluntarism is true. The second is more particular, moving from (...) the specific form of reasons-responsive compatibilism to doxastic voluntarism: if reasons-responsive compatibilism is true, then doxastic voluntarism is true. I argue that Steup’s arguments for both conditionals fail, in which case we lack reason to believe in either of them. In the final section of the paper, I argue that the impossibility of epistemic akrasia provides prima facie reason to think the latter conditional is false. (shrink)

Hume’s chapter “Of Miracles” has been widely discussed, and one issue is that Hume seems to simply beg the question. Hume has a strong but implicit naturalist bias when he argues against the existence of reliable testimony for miracles. In this article, I explain that Hume begs the question, despite what he says about the possibility of miracles occurring. The main point is that he never describes a violation of the laws of nature that could not be explained by scientific (...) theories. (shrink)

L’objectif de cet article est de comprendre l’importance de la métaphysique analytique pour le travail philosophique et pour l’enseignement dans le contexte français. Pour cela, je commencerai par exposer ce qu’il faut entendre par métaphysique analytique, puis j’examinerai plusieurs conditions de possibilité de la métaphysique analytique en France : la relecture de l’histoire de la métaphysique, des découvertes en logique, une réflexion sur l’objectif et un examen rapide des conditions matérielles et sociales d’enseignement et de recherche.

Pour penser philosophiquement les attitudes religieuses, le concept de croyance est parfois considéré comme inadéquat. Un des reproches souvent développés est qu’une croyance propositionnelle, croire que p, est une attitude trop théorique qui ne peut rendre compte de la foi et de la vie religieuse en général. Il est possible de répondre à ces objections mais cet article évalue la pertinence d’un concept apparemment plus fructueux : l’acceptation. Ce concept permet de rendre compte de certaines attitudes et pratiques religieuses mais (...) aussi d’une partie de la méthode des sciences sociales et de la philosophie des religions. (shrink)

The classic and contemporary readings in this collection represent the four most influential theories of truth – correspondence, pragmatist, coherence, and deflationary theories. A collection of classic and contemporary philosophical reflections on the nature of truth. Opens with an introduction to theories of truth, designed for readers with little or no prior knowledge of the subject. Divided into four sections on the most important theories of truth - correspondence, pragmatist, coherence, and deflationary theories. Brings together articles in the recent debate (...) over the correspondence theory and deflationism that are not otherwise available in one place. Includes contributions by C.S. Peirce, William James, Bertrand Russell, Alfred Tarski, Hartry Field, Dorothy Grover, Anil Gupta and others. Concludes with an extensive bibliography of recent articles on truth. (shrink)

L’épistémologie des croyances religieuses qui pose la question de la rationalité des croyances peut être mise en question en introduisant des éléments de sciences sociales des religions et vice-versa. Un modèle épistémologique souligne que les croyances peuvent être garanties sans examen réflexif de la part du croyant. Mais dans un contexte pluraliste où la croyance particulière est mise en débat, l’exigence critique d’examen est une condition nécessaire de rationalité. En cela, l’épistémologie retrouve certains aspects de la sociologie de la critique (...) dans sa compréhension des manières de croire. Cependant, l’épistémologie dépasse l’approche de la sociologie pragma- tique car elle ne renonce pas à l’évaluation de la rationalité des croyances religieuses en évaluant les arguments pro et contra. (shrink)

Figure majeure de la philosophie morale, Derek Parfit (1942-2017) reste encore peuconnu en France. Cette introduction vise à montrer l'ampleur des thématiques abordées de Parfit en les rattachant au projet d'une éthique rationnelle, tandis que le numéro dansson ensemble, sans prétendre être exhaustif, propose des présentations et discussions de différents éléments clefs de sa philosophie.

David Lewis n’a pas développé de philosophie complète de la religion à proprement parler mais il s’est penché précisément sur différents thèmes religieux comme le rapport entre Dieu et le possible, l’argument ontologique ou la théodicée. Bien que dénuées de toute systématicité, les publications de Lewis sur le religieux défendent un athéisme très argumenté. L'article vise à montrer comment son athéisme s'articule à l'existence d'une pluralité de dieux.

On peut inscrire les travaux de Engel dans le sillage rationaliste des Pères de la philosophie analytique, mais après le tournant naturaliste opéré par Quine. Ce sont les diverses bonnes raisons, exposées de manière non systématique par Engel, d’associer naturalisme et rationalisme que je souhaite présenter tout en cherchant à identifier la difficulté constitutive de ce programme qui ne reçoit pas de solution complète: la normativité épistémique ne semble ni éliminable, ni correctement intégrée à ce programme.

Depuis plus d’une dizaine d’années, Albert Piette travaille à renouveler les méthodes et les concepts de l’anthropologie. Cette refondation s’appuie sur ses propres travaux empiriques, notamment sur le religieux, sur l’usage de méthodes plus pointillistes comme la photographie ou la description des détails, ainsi que sur des hypothèses relatives à la différence entre Sapiens et Néandertal. Les nouvelles propositions de travail qu’il avance empruntent souvent à la philosophie comme moyen d’une réflexion épistémologique, mais aussi parfois à la métaphysique. C’est pourquoi (...) je me propose de discuter en philosophe son ouvrage Contre le relationnisme. Lettre aux anthropologues. Il ne s’agit pas de réactiver la pratique philosophique de la science ultime couronnant les autres disciplines grâce à une réflexivité plus radicale, mais de suivre la démarche de Piette dans ses motivations profondes qui, comme il l’admet lui-même, l’oblige à passer par la philosophie. (shrink)

On conçoit assez souvent l’espace public des discussions comme devant être neutre et par conséquent sans mention des croyances religieuses comme raisons justifiant une décision. La neutralité vise à garantir l’acceptabilité par tous d’une décision pouvant être contraignante. On montrera que l’on peut articuler raisons neutres et raisons religieuses à condition que les raisons neutres restent les raisons ultimes. Cela implique que les raisons religieuses correctement liées à des raisons neutres sont parfaitement légitimes pour justifier une décision politique ou publique.

Discussion de la phénoménologie de la religion, et notamment certaines propositions de Heidegger ou Falque.

Principalement connu pour sa pensée critique de la technique, Ellul est d’abord, comme nous allons le montrer, un prophète chrétien contemporain qui, sur la base de son espérance chrétienne, est en position d’interroger avec une réelle acuité un grand nombre de nos croyances, de nos imaginaires, de nos pratiques et de nos institutions pour mieux les relativiser. Loin de se complaire dans une critique sans fin qui risque de mener au nihilisme, il construit une éthique ancrée dans sa lecture de (...) la Bible. Or les contenus bibliques se révéleront finalement assez peu interrogés. Nous montrerons que la liberté gagnée par la critique reste donc formelle et que lorsqu’un contenu de pensée ou une proposition concrète de vie est examiné, la réflexion se fait bien souvent conservatrice, voire réactionnaire. (shrink)

This paper examines the merits of the Socratic maxim that the unexamined life is not worth living. First, the maxim is considered in its purely subjective sense, viz., that a particular individual’s life is not worth living due to factors like intense pain or illness. Second, two objective interpretations of the maxim are considered: a “strongly objective sense” where failure to examine one’s life means that one is wasting it and a “moderately objective sense” where it is reasonable to recommend (...) that examining one’s life goals comes will come with a greater understanding of appreciation of said goals (with the caveat that other reasonable people may reject these goals as being worthwhile). After delineating the different senses in which the maxim can be understood, the author distinguishes two different varieties of self-examination and considers in what sense the Socratic maxim rings true and in what sense it exaggerates. (shrink)